Estava uma tarde muito calma, o velho faroleiro, na pedra mais alta da sua ilhota isolada, olhava o céu sem nuvens e o mar azul parado, balançava a cabeça e voltava mancando para dentro do farol., sentado na cadeira de madeira velha, fumava um cachimbo gasto olhando uma foto antiga de uma mulher risonha, a parte do farol que o velho habitava era apenas uma sala circular, como todo o farol, distribuído nos 360 graus de aposento estava tudo o que o faroleiro possuía:. uma cama arrumada, uma espingarda recém lubrificada e carregada, facas, facões e um baú trancado, uma mesa para refeições, um fogão de acampamentos, um armário estilo colonial com apenas um prato, uma faca, uma colher e um copo, a porta de ferro que levava ao banheiro, um armário com poucas roupas, e a cadeira velha em que o velho estava sentado, olhando o retrato velho e fumando o cachimbo gasto. Antes do Velho faroleiro ninguém morou na ilhota por muito tempo, os antigos haviam desistido do emprego, ou desaparecido, o último se lançou do telhado do farol para o mar durante uma enorme tempestade dez anos antes do velho faroleiro aparecer, mas desde que este chegara, trinta anos atrás nada acontecera, o faroleiro acordava antes do sol todos os dias, ia até o bote ancorado no cais e saia para pescar, como não tinha maneira de manter a comida fresca no farol o velho a conseguia todos os dias, além dos peixes que pescava também mantinha uma horta e um pequeno pomar, não ganhava ordenado, tinha se voluntariado para o emprego,depois de pescar o velho voltava para o farol e ia cuidar da maquinaria, subia mancando todos os 87 degraus, lustrava, limpava os espelhos verificava a luz e descia novamente, passava o resto do dia sentado na cadeira velha, fumando o cachimbo gasto, o velho sempre demorava para dormir.ficava por horas olhando através da janela enquanto esperava o sono chegar.
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