domingo, agosto 22, 2010

Projeto Livro Remasterizado (parte 3)

Fui um Filho padrão, de uma família ordinária de cinco, tive um pai trabalhador obcecado por manter as aparências de que éramos normais e, de certa forma, até dignos, uma mãe que me fornecia comida e lavava minhas roupas mas não conseguia me direcionar carinho, tive também um irmão mais novo morto e um irmão mais velho, o melhor amigo que já tive, e é por causa dele escrevo este projeto de livro, mas, vou apresentar primeiro quem fez parte da minha vida, eu que sou protagonista vou lhes contar sobre os coadjuvantes.
Não lembro de muita coisa sobre meu irmão mais novo, só seu nome e como morreu, se chamava Fernando, o nome do pai de minha mãe, ele nasceu uma semana depois do meu aniversário de três anos, minhas tias se revezavam na tarefa de cuidar de mim e de meu irmão mais velho enquanto minha mãe passeava pela casa com o amado filho nos braços, cantando os acalantos que eu nunca ouvi e rindo feliz como eu nunca mais a vi, hoje eu sei que ele foi o único filho que minha finada mãe realmente desejou, não guardo rancor dela por isso, seria idiotice, e sou velho demais pra me manter idiota, sei que ela, a sua maneira torta e traumatizante realmente me amou, a pobre teve o primeiro filho muito jovem e guardou disso mais dor e trauma do que alegria e eu, o segundo filho, vim de uma época ruim, nasci em 1930, durante a crise, meu pai negociava aqui o café dos coronéis do sul e faltou dinheiro caixa.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Projeto Livro Remasterizado (parte 2)



A você leitor que se comoveu com minha amargura contra a igreja e as carolas só peço calma, minha revolta tem motivo, que prefiro revelar aos poucos, para que o nobre leitor não se perca nos meus lamentos e resmungos de velho amargurado, se não tiver calma ao menos peço que tenha uma curiosidade, mesmo que artificial, para que continue lendo, o que tento um tanto dignamente escrever.
Voltando ao início, afirmo novamente, ao leitor que teve coragem de continuar até este ponto, odeio as tardes de domingo, imperativamente, o motivo do ódio é simples, em uma delas, numa agradável tarde de domingo, no carnaval de 1944, aos meus quatorze anos de idade, eu morri.
Aos que pensaram que esta história se trata de um romance paranormal onde um eu fantasma sou personagem-narrador eu sinto dizer que se enganaram, não tenho a pretensão de ser um Brás Cubas e me tornar um outro autor-defunto, não morri fisicamente, antes fosse, morreu o Eu-Criança, um menino perdido e inconsciente que ainda pensava que o mundo era uma história de ninar e nasci um homem num mundo onde logo percebi que não valia muito a pena gastar a vida apenas a sonhar.

Projeto Livro Remasterizado (Primeiro Capitulo , do começo)

Primeiro
Do Começo

Não suporto as tardes de domingo, não me importo com as manhãs, são geralmente agradáveis, e de certo modo estimulantes, tomei como hábito desde que a velhice me alcançou, observar as velhas carolas dos domingos de manhã. que andam carregando os terços entre as mãos e as bocas enrugadas sempre se movendo muito rápido, entoando o terço, esse mantra ocidental das carolas de domingo de manhã, não tenho religião nem sou religioso, parei de acreditar muito tempo atrás que exista algo mais poderoso do que a Lei de Murphy regendo a minha vida, mas, observando essas carolas em uma visão científica eu acredito que o Céu, caso exista, tem uma cota mínima de orações pra ser admitido, uma grande ampulheta onde cai mais uma, mais uma e mais uma, até que sua cota esteja completa e seja permitida a entrada no fantástico Clube Celestial, onde você conta com total perdão dos pecados e limpeza geral da consciência, sem custos adicionais, ao inferno com as carolas e suas rezas hipócritas das manhãs de domingo, ao inferno com elas e um brinde a consciência inconsequente de todos nós hereges!

quarta-feira, agosto 18, 2010

Gira-mundo

Gira O mundo
Gira no fundo
desse baú universal
onde sou mais
um brinquedo
esquecido
do pós carnaval

Rascunho

Meu coração é de papel reciclado
que já foi amassado e jogado no chão
no meu papel-coração tem riscado
muitos nomes e rostos marcados
pela caneta navalha chamada paixão

Tinta

Meu coração é tinta de caneta
guiada pela minha mão que pulsa
no pulso fechado que tem o tamanho do meu coração

Universo (2008)

O tudo estava contido num ponto
A imaginação contida num conto
Se você observar atento
Irá o ver o universo crescer, lento?
Me contento em dizer, nem tanto

(Sem nome 2)

A boca
O olho
O toque
O beijo
é tudo desejo
que acabou virando verso

Machuca Morena (2008)

Machuca o meu coração ê morena
Machuca, machuca demais
Machuca o meu coração ô morena
porque é assim que se faz

Morena eu te vejo, te cheiro, te tenho num a aperto e te solto, imploro que sim, mas não vens pra mim e eu sufoco morena eu não posso morena não posso viver assim

Morena eu lhe abri meu peito
contei todos os meus segredos
mas morena isso não é direito
tudo isso que você tem feito
machuca meu peito morena
vai levar ao meu fim

Morena eu desisto
me entrego, não nego
que só quero a ti

então vem morena
machuca morena
encerra morena
o que resta de mim


Conjugação (2010)

Quando observo meu pretérito imperfeito
Tenho receio do futuro o qual sou particípio
Eu agora me apresento em algum lugar no meio
Desse presente que parece infinito


(sem nome) 2008

OS PÉS FERIDOS, DESCALÇOS
CABEÇA PEQUENA, FRÁGIL
CRIANÇA NA RUA FORMADA
TEM NAS MÃOS TÃO MAGRAS
UM BRINQUEDO DO CHÃO TIRADO
E NO ROSTO PELA VIDA MARCADO
UM SORRISO SINCERO, BONITO E LARGO

Constante (2008)

INICIO, Finito

Feio, Bonito

Ousado, Discreto

Bravo e Quieto

O Errado e o certo

De Longe ou de Perto

O Curvo é reto

O Escuro é Brilhante

O Instante é Eterno

Um Raro Constante

Inútil Importante

É Mendigo de Terno

Sem Chão nem Teto

Liberto e Cativo

Um Objeto Vivo

Inicio,FINITO

Poema de 2008 encontrado num caderno velho

terça-feira, agosto 10, 2010

7 Boas Dicas para matar seu tédio Parte 1 Criar Tubarôes

Todo mundo sabe que o grande mal do século XXI não é a gripe suína nem a ameaça constante de uma guerra nuclear mas o tédio que ocorre em 10 em cada 12 pessoas maiores de 10 anos no planeta, Muitos cientistas tem procurado sem descanso soluções para este problema, tenho então o orgulho de apresentar 7 maneiras comprovadamente eficazes de se acabar com esse perigo eminente

1: Criar Tubarões

A pratica de criação de tubarões é relativamente nova, registros dos primeiros homens corajosos a se aventurar nesses campos tempestuosos são do fim do século XIX
O primeiro deles, um inglês que morou na costa da Africa do Sul conhecido apenas por "John uma-perna-só" Dizem que seu apelido surgiu depois de um acidente com uma de suas crias, abaixo, a unica foto encontrada de John:



Aí que você se pergunta, "Pra quê eu vou querer criar um tubarão?" Obiviamente, primeiro pra acabar com seu tédio, ninguém que precisa alimentar centenas de tubarões por dia sabe o que tédio significa!
A cada momento sua vida está em risco e você pode se tornar um pedacinho da carne que ficou preso entre os dentes da criatura, NÃO É DEMAIS!?!?!

E outra, quem não iria querer criar um Bixinho fofinho e amável como esse???, por tanto esqueça o medo de perder um membro do seu corpo, ou de virar comida de peixe e abrace essa causa, adote um tubarão!!!

segunda-feira, agosto 09, 2010

A Barbuda História da Barba

A barba é um monte de Pelo que vai da base do queixo até o pescoço se espalhando pelo rosto e em alguns casos se juntando ás costeletas e o cabelo, a barba pode crescer bastante, e algumas pessoas praticam isso como esporte


Exemplo de Homem Barbado/Barbudo

Logo no inicio da história junto com a roda e o Toca-discos o Homem Primitivo inventou a barba como método para atrair as Mulheres do bando, o homem que possuía a maior Barba conseguia a melhor mulher, mas devido a uma grande infestação de piolhos o uso da barba foi banido, sendo somente reutilizada no antigo egito, onde os homens egípcios, que usavam tanto maquilagem quanto vestidos, viram na barba um bom modo de se diferenciar das mulheres


Mulher Egípcia



Homem Egípcio

Já entre os antigos Gregos, a barba era ferramenta pro desenvolvimento da filosofia, grandes discursos de Sócrates por exemplo foram produzidos enquanto ele coçava sua barba, trechos de poemas entoados por Sócrates em Louvor a sua barba foram transcritos por Platão:

"Ó barba minha, tão fofinha de tocar, quem dera tivesse dois queixos, pra ter duas barbas e em dobro coçar"




A comunidade Científica porém infelizmente não os considera relevantes