quinta-feira, agosto 19, 2010

Projeto Livro Remasterizado (parte 2)



A você leitor que se comoveu com minha amargura contra a igreja e as carolas só peço calma, minha revolta tem motivo, que prefiro revelar aos poucos, para que o nobre leitor não se perca nos meus lamentos e resmungos de velho amargurado, se não tiver calma ao menos peço que tenha uma curiosidade, mesmo que artificial, para que continue lendo, o que tento um tanto dignamente escrever.
Voltando ao início, afirmo novamente, ao leitor que teve coragem de continuar até este ponto, odeio as tardes de domingo, imperativamente, o motivo do ódio é simples, em uma delas, numa agradável tarde de domingo, no carnaval de 1944, aos meus quatorze anos de idade, eu morri.
Aos que pensaram que esta história se trata de um romance paranormal onde um eu fantasma sou personagem-narrador eu sinto dizer que se enganaram, não tenho a pretensão de ser um Brás Cubas e me tornar um outro autor-defunto, não morri fisicamente, antes fosse, morreu o Eu-Criança, um menino perdido e inconsciente que ainda pensava que o mundo era uma história de ninar e nasci um homem num mundo onde logo percebi que não valia muito a pena gastar a vida apenas a sonhar.

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