terça-feira, maio 04, 2010

Um Mês de Silêncio

Faz exatamente um mês que não posto nada, sendo que meu ultimo post foi para mostrar as fotos ( as primeiras de muitas ) da Júlia, a xodó da galera (acabei de inventa isso, mas ela é o xodó sim). Nesse meio tempo muita coisa aconteceu ( queria dizer isso mas realmente não lembro de metade, se fosse enumerar os fatos daria provavelmente uma linha, quiçá 2, com muito esforço e um pouco de imaginação.
O motivo que me fez voltar a escrever foi uma reportagem que vi hoje, depois de um dia desperdiçado, computador, novela, jornal ( que convenhamos, hoje em dia também é muitas vezes um desperdício) a tal reportagem, (na verdade um programa) é o A Liga, estréia da Band e produção do 4Cabezas, a mesma produtora do CQC,
O tema do primeiro programa era moradores de rua, como diz a narração de Rafinha Bastos Pessoas Invisíveis. ( pensei um pouco sobre o uso ou não de aspas na expressão pessoas invisíveis mas percebi que isso seria uma idiotice, afinal são pessoas, no sentido prático, teórico, e dogmático da palavra, e invisíveis, no sentido social da mesma) A temática do programa, no caso moradores de rua, é abordada de 4 pontos de vista, pelos quatro apresentadores, Rafinha Bastos, Thaíde, Rosanne Mulholland, e Débora Villaalba, os quatro mostraram uma parte da vida de um morador de rua, os problemas para fazer coisas básicas como ir ao banheiro( quando há um banheiro, que fique claro) conseguir qualquer alimento, ou o mínimo de respeito.
Os moradores de rua de qualquer cidade, não só de São Paulo, mas de qualquer uma, são realmente seres invisíveis, ignorados, um comentário muito tocante feito por uma moradora ( ela é mãe de duas crianças pequenas, dorme com as crianças e o marido nos arredores da avenida paulista ) foi este: "tem gente que olha pra gente e faz o sinal da cruz, como se a gente fosse o demônio" o que me tocou é que realmente já vi muitas pessoas fazerem isto, penso que muitas destas pessoas devem, claro, estar ocupados, indo comprar seu novo celular, atrasado pro happy hour, ou pra encontrar o/a amante no motel, ao fazer o sinal da cruz elas simplesmente dizem, "Deixa pra Deus que eu não posso fazer nada", elas imitam sem saber o Capitão Nascimento do Tropa de Elite e o seu clássico "Bota na Conta do Papa", no Brasil a gente entrega pra Deus e segue em frente, se morre uma criança por falta de leito, se mais um moleque cai no crack, se a gente passa de noite em uma esquina, vê uma menina de 4 anos em meio a um grupo de vi(timas)ciados, a gente entrega pra Deus, xinga o Governo, e Bola pra frente, o pior que isso nem é mais assunto de almoço, virou noticia velha:

-Soube do Filho do Almeida? Mataram pra roubar o relógio
-Tragico
-E o Santos hein ? Jogaço !
-Pô rapaz, pois é, fui na missa com a patroa nem deu pra ver ...

Até quando vamos acordar só pra poder chegar ao fim do dia e dormir de novo?

Erickson Ribeiro de Sales

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